QUATRO ROSAS: mudanças interpretativas no fraseado de uma valsa-brasileira – Amplificar

QUATRO ROSAS: mudanças interpretativas no fraseado de uma valsa-brasileira

Resumo

Este artigo procura investigar as mudanças interpretativas no fraseado de um tema instrumental ao receber letra. São analisadas, para isso, quatro versões gravadas da valsa Rosa, de Pixinguinha: 1) a do próprio autor, em 1919; 2) a do cantor Orlando Silva, em 1937, com versos de Otávio de Souza; e as posteriores interpretações instrumentais gravadas 3) por Jacob do Bandolim, em 1959, e 4) pelo cavaquinista Waldyr Azevedo, em 1978. O artigo disserta inicialmente sobre idéias e conceitos das escolas “intuitiva” e “analítica” do fraseado musical – assim definidas por Nancy Toff –, sobre determinadas contextualizações históricas e estilísticas do Choro e da Valsa-brasileira – e especificamente de Rosa –, sobre os sistemas de gravação de época e sobre o papel e relevância de cada intérprete no cenário da música brasileira – a partir de informações em escritos de José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi, Sérgio Cabral e Jairo Severiano, entre outros. Como ferramentas de análise são usadas transcrições, em partituras, e representações gráficas dos áudios das gravações, em software Protools. Em anexo, encontram-se edições escritas das formas instrumental e canção da valsa. São utilizados, no quadro teórico, discussões, exemplos em partituras, diagramas e conceitos – como os de “espaço verbal”, “alturas focais da melodia”, “note grouping”, “métrica-derramada”, “cometricidade e contrametricidade”, “passionalização” etc. – originários de pesquisas de Mário de Andrade, Nikolaus Harnoncourt, Hermann Keller, Julio Bas, Allan F. Moore, Jammes Thurmond, Martha Tupinambá de Ulhôa, Carlos Sandroni, Luiz Tatit, Philip Tagg, entre outros. O artigo apresenta, ainda, 16 exemplos musicais e um quadro esquemático comparativo, representando parâmetros analíticos versus resultados encontrados para as quatro versões gravadas.

FOUR ROSAS: interpretative phrasing changes in a brazilian waltz

This article tries to find out the interpretative phrasing changes in an instrumental song when it receives lyrics. With that purpose, there will be analyzed four recorded versions of Rosa, waltz composed by Pixinguinha: 1) by the author himself, in 1919; 2) by the singer Orlando Silva, in 1937, with verses by Otavio de Souza; and subsequent instrumental interpretations recorded 3) by Jacob do Bandolim, in 1959, and 4) by the cavaquinho player Waldyr Azevedo, in 1978. The article initially discourses on ideas and concepts of the “intuitive” and “analytical” schools of musical phrasing – as defined by Nancy Toff – about certain historical and stylistic considerations of Choro and Brazilian waltz – and specifically of Rosa – about the early time recording systems and about the role and relevance of each performer in the Brazilian music scene – following the writings of José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi, Sérgio Cabral and Jairo Severiano, among others. For the analysis, different tools are used, like transcriptions in music sheet and graphical representations of audio recordings in Protools software. In the attachement, written editions of instrumental and song forms of the waltz can be found. In the theoretical framework, discussions, examples in scores, diagrams and concepts - such as “verbal space”, “focal pitches of the melody”, “note grouping”, “métrica-derramada”, “commetric and contra-metric", “passionalização” etc. – from researches done by Mário de Andrade, Martha Tupinambá de Ulhôa, Luiz Tatit, Allan F. Moore, Philip Tagg, Hermann Keller, Julio Bas, Nikolaus Harnoncourt and Jammes Thurmond, among others. The article also presents 16 musical examples and a comparative schematic table representing analytical parameters versus results for the four recorded versions.

As informações apresentadas acima usam a grafia do original.