Sustentabilidade na relação homem-música-meio ambiente: uma visão enviesada – Amplificar

Sustentabilidade na relação homem-música-meio ambiente: uma visão enviesada

Resumo

Revisão da exposição oral com necessárias adaptações e acréscimos. Observa o uso vulgarizado e abusivo de termos ligados à sustentabilidade, um neologismo dos anos 50. Colhe excertos de um prestigioso jornal diário de Salvador, num período de quinze dias, e panfletos publicitários tomados a esmo. Vai à rica polissemia do verbo “sustentar” e a conceitos técnicos de sustentabilidade. Retorna às origens de música, tomando “necessidade” como parâmetro, não processos e tipos de música. Interliga linguagem, música e religião como produtos coevos da capacidade de simbolizar. Recua a registros arqueológicos de instrumentos sonoros de 43 mil anos. Usa o desenvolvimento cumulativo das estruturas de consciência propostas por Jean Gebser para situar as origens nos estágios mágico e mítico. Retoma a questão da sustentabilidade optando pelo enfoque do Homo musicus, não de suas músicas e tradições, neste sentido, secundárias. Encara a complexidade de sistemas dentro de sistemas, usando um modelo cibernético tomado de Langness e uma adaptação do pensamento de Foucault sobre as áreas epistemológicas do domínio das ciências humanas. Tempos sombrios, à vista de múltiplos fatores além da explosão demográfica e do abuso dos recursos naturais fora de controle, pondera-se o poder da música de alterar comportamentos para facilitar um equilíbrio entre o homem e o meio circundante. Insiste, sobretudo, numa necessária reavaliação em etapas da Etnomusicologia e seus ramos, ao encontro de problemas fundamentais.

This revision of an oral presentation, with necessary adjustments and additions, begins by observing the abusive and vulgarized use of terms related to sustainability, a neologism from the 1950s. The research harvests excerpts from a prestigious daily newspaper of Salvador (Bahia), within a period of fifteen days, as well as brochures taken at random. Next, it goes to the rich polysemy of the verb "to sustain" and technical concepts of sustainability before a return to the origins of music, taking "necessity" as a parameter, not processes and types of music. Language, music, and religion are linked as coeval products of the human ability to symbolize. Looking to the archaeological record, 43,000-year-old sound instruments can be located. The use of the cumulative development of structures of consciousness proposed by Jean Gebser helps to situate the origins of music in the magical and mythical stages. The question of sustainability returns by opting to focus on Homo musicus, not his music and traditions, secondary in this sense. The complexity of systems within systems is faced with the help of a cybernetic model taken from Langness and an adaptation of Foucault's thinking about the epistemological domain areas of the humanities. With dark times in plain sight for multiple reasons, including population explosion and the abuse of natural resources, both out of control, the power of music to change behavior is pondered as a means of facilitating a balance between man and his environment. The conclusion insists forcefully on a necessary revaluation of ethnomusicology and its branches, by stages, to identify their fundamental problems.

As informações apresentadas acima usam a grafia do original.