Análise em música popular: reflexões em diálogo com a etnomusicologia – Amplificar

Análise em música popular: reflexões em diálogo com a etnomusicologia

Resumo

Neste artigo pretendo fazer algumas reflexões sobre a realização de análise em música popular por meio do diálogo com a Etnomusicologia. Como as análises estão sendo feitas nos últimos anos? As transcrições, por meio da notação tradicional, continuam a ser a principal ferramenta para os pesquisadores da área? E o contexto estudado, como ele influencia na análise de uma prática musical investigada? Para tentar responder estas e outras questões, neste texto começarei refletindo sobre a problemática categoria “música popular”, em especial, trazendo contribuições de Richard Middleton (1990) e Carlos Sandroni (2004). Logo em seguida, pensarei em “análise” pela perspectiva do uso das transcrições, recorrendo principalmente a textos de Anthony Seeger (1992, 2013) e Bruno Nettl (2005). Na seção posterior continuarei com a mesma discussão, mas agora problematizando, com ênfase nos trabalhos de Tia DeNora (2000) e, novamente, de Middleton, algumas questões referentes ao uso da análise semiótica. Na parte seguinte, antes de apresentar as considerações finais, busco estabelecer conexões com as reflexões feitas nas seções anteriores, usando para isso exemplos de pesquisas com o pagode e as baterias-show, que circulam neste universo da música popular.

Analysis of popular music: reflections in dialogue with ethnomusicology

In this article, I intend to propose some reflections about popular music analysis through an ethnomusicology dialogue. How such analyses have been done over the past years? Are transcriptions (through traditional musical notation) still the main tool for researchers that work in this field? And how the examined context can influence the analysis of one specific musical practice? Seeking to answer these and other questions, I start with a reflection about the puzzling musical category known as “popular music”, particularly bringing up contributions from Richard Middleton (1990) and Carlos Sandroni (2004). After that, I go over “analysis” itself by the perspective of transcriptions, mainly according to articles from Anthony Seeger (1992, 2013) and Bruno Nettl (2005). In the following section, I go on with the same discussion, but now with emphasis in the work from Tia DeNora (2000) and Middleton, also raising questions about the application of semiotic analysis. In the segment before the final considerations, I seek to establish connections between reflections from the previous sections and research examples from the field of popular music, such as “pagode” and “baterias-show”.

As informações apresentadas acima usam a grafia do original.