“Música popular do sul”: identidades, agenciamentos e territorialidades translocais no Rio Grande do Sul – Amplificar

“Música popular do sul”: identidades, agenciamentos e territorialidades translocais no Rio Grande do Sul

Resumo

Longe de mapear as possibilidades de expressão da “música popular do sul”, tais como as gravações Marcus Pereira propuseram nos anos 1970, no presente artigo procuramos discutir três experiências particulares de música popular praticadas no estado como “obras abertas”. Apostamos em um espaço de agenciamentos sonoro-musicais em lugar de uma busca por origens comuns (problema de origem). Reconhecemos a originalidade das práticas musicais de “descendentes de alemães”, “negos véios e negadinhas” e “gaúchos de verdade”, porém chamamos atenção para as conexões em níveis: local (regional) e as redes afetivas e de políticas identitárias nacional e internacional. Assim, cada encontro de coros, baile-black ou festival nativista está ligado a uma rede particular e configura no território do estado uma rede mais ampla apoiada na diversidade. Portanto, fora da procura por “raízes” dos “corais alemães”, do suingue/ samba-rock do sul ou, ainda, da milonga (platina e brasileira?), buscamos mostrar que estes grupos sociais foram criados como invenções paralelas: gaúchos, as diásporas de africanos e alemães nas Américas, através de trocas comerciais e culturais em rede.

“Popular Music of Southern Brazil”: Identity, Agency, and Trans-local Territoriality in the State of Rio Grande do Sul

Far from mapping the expressive possibilities of “popular music in southern Brazil” as proposed by the recordings of Marcus Pereira in the 1970s, we attempt in this article to discuss three particular situations of popular music practiced in the State of Rio Grande do Sul like “open works”. We looked for possibilities of musical and sonorous agency instead of common origins (problem of origin). We recognize the originality of the musical practices of German and African descendants, and “real gauchos”, however we call attention to their various levels of connection: local (regional), affective networks and national and international political identity. In this way, every choral event, “black baile” [dance/ball], or native festival is connected to specific network and represents within the State a broader network supported by diversity. However, apart from looking for the “roots” of German choirs, swing, samba-rock of the South or, even, “milonga” (Brazilian or Rioplantense?), we attempt to demonstrate how these social groups were created as parallel inventions: gauchos and the African and German diasporas in the Americas through trade and cultural networks.

As informações apresentadas acima usam a grafia do original.