Grupo de maracatu Arrasta Ilha: Dinâmicas de aprendizagem musical em uma comunidade de prática – Amplificar

Grupo de maracatu Arrasta Ilha: Dinâmicas de aprendizagem musical em uma comunidade de prática

Resumo

Este trabalho teve como objetivo investigar as dinâmicas de aprendizagem musical que se estabelecem no grupo de maracatu Arrasta Ilha, de Florianópolis-SC, Brasil. A fundamentação teórica da pesquisa combina o conceito de comunidade de prática de Etienne Wenger (2008) e de práticas de aprendizagem musical informal apresentadas por Lucy Green (2002). Tal referencial foi selecionado porque permite analisar e compreender dinâmicas de aprendizagem musical em uma comunidade de prática musical. Ao examinar atitudes e valores das práticas de aprendizagem musical informal de músicos populares, Lucy Green (2002) explora as possibilidades que essas práticas podem oferecer à educação musical formal, trazendo referências para discutir processos de aprendizagem que ocorrem entre pares, através de observação e imitação, tanto em encontros casuais como em sessões organizadas. Foi realizado um estudo de caso de abordagem qualitativa, incluindo observação participante –que contemplou ensaios semanais, apresentações e oficinas promovidas pelo Arrasta Ilha – grupo focal, registros em áudio e vídeo. Os resultados da pesquisa apontam para cinco dinâmicas de aprendizagem musical no grupo Arrasta Ilha. São elas: escuta e “tirar de ouvido”, encontros casuais e organizados, observação e imitação, onomatopeias solfejadas e aprender “osmoticamente”. Essas dinâmicas categorizadas se relacionam mutuamente entre as atividades musicais realizadas pelos participantes. E são potencializadas dentro de um ambiente de aprendizagens significativas que se configura como uma comunidade de prática, onde os participantes compartilham uma paixão em comum: o interesse pela prática musical do maracatu, que instiga e potencializa as aprendizagens musicais nesse contexto.

The purpose of this study is to investigate the dynamics of musical learning established in the maracatu group Arrasta Ilha, from Florianópolis, Brazil. The theoretical foundation for the study combines Etienne Wenger‟s concept of community of practice and practices of informal musical learning presented by Lucy Green. These references were selected because they allow analyzing and understanding dynamics of musical learning in a community of musical practice. By examining attitudes and values of the practices of informal musical learning of popular music, Lucy Green explores the possibilities that these practices can offer to formal musical education, providing references for discussing learning processes that occur among peers through observation and imitation, in both casual meetings and organized sessions. A case study was conducted with a qualitative approach, including participant observation of weekly rehearsals, presentations and workshops promoted by Arrasta Ilha, which were recorded in audio and video. The research results point to five dynamics of musical learning in the group Arrasta Ilha. They are: listening and “playing by ear,” casual and organized meetings, observation and imitation, solfeje onomatopeais and learning by osmosis. These dynamics are mutually related among the musical activities conducted by the participants. They are given potential within a significant learning environment that is configured as a community of practice, where the participants share a common passion: interest for the musical practice of maracatu, which instigates and gives potential to the musical learnings in this context.

As informações apresentadas acima usam a grafia do original.