A Banda de Música na “Suíça brasileira”: identidade e pertencimento – Amplificar

A Banda de Música na “Suíça brasileira”: identidade e pertencimento

Resumo

O presente trabalho visa apresentar os resultados iniciais oriundos de nossa pesquisa no mestrado; a pesquisa se localiza no município de Nova Friburgo, cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, que conta com duas bandas centenárias. A história do município se confunde com a história dessas bandas, de modo que relações sociais, políticas e ideológicas se misturam e se confundem ao longo do tempo. A Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense, fundada em 26 de fevereiro de 1863, manteve desde sua fundação até pelo menos fins do Estado Novo uma estreita relação com as elites locais, seja com os monarquistas durante o Império, seja com a elite econômica na República. A Sociedade Musical Beneficente Campesina Friburguense, fundada em 6 de janeiro de 1870, surge como uma dissidência da Euterpe, destinada a tocar durante os comícios republicanos que ocorriam no município, tendo por isso o lema até hoje exaltado em sua sede de ser “uma instituição de confissão republicana”. Esta dicotomia entre as bandas demarcara seus campos de atuação de maneira que, ao se estabelecer o processo de industrialização no município em 1911, as camadas operárias e subalternas acabam por se identificar e ter como ponto de encontro e de sociabilidade a Campesina, enquanto que as elites encontram-se na Euterpe. Uma figura chega à cidade convidada a assumir a regência da Campesina em 1925 e marca definitivamente o posicionamento ideológico de tal banda: Joaquim Naegele, membro do Partido Comunista e próximo às reivindicações e locais de sociabilidade da classe trabalhadora friburguense; é a partir de Naegele que a Campesina passa a se auto definir enquanto a banda dos excluídos. Levantamos a hipótese de que a presença de Naegele na regência fora fundamental para forjar a identidade da Campesina em relação à sociedade friburguense.

The Music Band in “Brazilian Switzerland”: Identity and Belonging

This paper presents the initial results derived from our research in the Masters; research is located in the municipality of Nova Friburgo, a city in the mountainous region of the state of Rio de Janeiro, which has two centennial bands. The history of the city is intertwined with the history of these bands, so that social, political and ideological relations mix and mingle over time. The Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense, founded in February 26, 1863, held from its founding until at least the end of the Estado Novo a close relationship with local elites, either with the monarchists during the Empire, either with the economic elite in the Republic. The Sociedade Musical Beneficente Campesina Friburguense, founded in January 6, 1870, appears as an offshoot of Euterpe, intended to play at the republican rallies taking place in the city, and thus the motto to this day in his office exalted to be “an institution with Republican confession”. This dichotomy between bands demarcate their fields so that, when establishing the industrialization process in the municipality in 1911, the working and lower classes end up identifying as a meeting point and sociability Campesina, while are the elite at Euterpe. A figure arrives at the city asked to assume the regency of Campesina in 1925 and definitely marks the ideological positioning of such band: Joaquim Naegele, a member of the Communist Party and close to local demands and sociability of the working class; is from the Naegele presence Campesina shall define themselves as the band of the excluded. We hypothesized that the presence of Naegele out fundamental regency to forge the identity of Campesina in relation to society.

As informações apresentadas acima usam a grafia do original.