Educação musical e indústria cultural – Amplificar

Educação musical e indústria cultural

Resumo

Há uma grande cisão em termos de paradigma científico e referencial bibliográfico extra-musical entre as produções em educação musical dos anos 70, 80 e início dos anos 90 do século passado e as publicações ocorridas a partir da virada do século XXI. Por isso, este artigo – que faz parte de uma pesquisa em andamento – pretende justapor dois diferentes posicionamentos a respeito da cultura musical legada pela mídia aos alunos do ensino regular: o primeiro posicionamento decorre de um referencial moderno, que vê a mídia a partir do processo de regressão da audição formulado por Theodor Adorno e enxerga a educação musical como uma espécie de contraponto a esse processo; e o segundo, decorrente de teorias multiculturalistas – sobretudo inspiradas nas ideias de Garcia Canclini – que vê com otimismo as mudanças oferecidas pela mídia, não as considerando como regressões, mas como hibridismos que resultam, não em perdas, mas em transformações na sensibilidade musical contemporânea. Nosso objetivo é desnudar os limites epistemológicos de aplicação de cada posicionamento e as propostas em educação musical que deles decorrem, sem, no entanto buscar quaisquer tipos de sínteses. Nossa metodologia é eminentemente bibliográfica e tem como referencial teórico, além dos sociólogos acima citados e de estudiosos de ambas as teorias, as publicações de Maura Penna, Nilceia Campos e Jusamara Souza, entre outras ligadas à área de educação musical.

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