A ‘áudio-imagem’ segundo J.E. Berendt – Amplificar

A ‘áudio-imagem’ segundo J.E. Berendt

Resumo

Sua voz ficou conhecida na Alemanha bem antes que sua imagem pudesse ser reconhecida pelos ouvintes. Homem do rádio, Joachim-Ernst Berendt construiu uma carreira de sucesso na mídia, durante os quarenta anos em que trabalhou como diretor no departamento de jazz da emissora alemã, Südwestfunk. No início dos anos de 1980, no entanto, e depois de uma carreira notável como produtor e crítico de jazz, envereda por um novo caminho, inaugurado com a peça radiofônica ‘Nada Brahma – Die Welt ist Klang’, onde não mais a música, mas os sons se tornam alvo do seu interesse. Ainda assim, o conceito de som elaborado por Berendt não visava à ampliação da paleta sonora no espectro da tradição musical, mas sua ‘antropologização’. Nesse contexto, o autor propunha a desobstrução do sentido auditivo, de forma a pensar outro tipo de imagem, sem referência visual, como um contra fluxo diante da excessiva visibilidade das imagens, intensificada após o advento da televisão, e que gerou o que ele denominou, “hipertrofia dos olhos”. Suas reflexões acerca do ouvir, longe de parecer retrógradas, antecipavam a importância de pensar a dimensão humana e sensória como partes dos processos comunicacionais. Entendendo, então, que o estudo da Comunicação deve ser pensado além dos meios técnico, mas atento às modificações que tais meios proporcionam às relações sociais, pretendemos apresentar o conceito de áudio-imagem segundo Joachim-Ernst Berendt, como forma para se pensar uma estética “pós-midiática” da imagem – tal qual apresentava Dietmar Kamper - onde a imaginação é parte fundamental dentro deste processo.

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